segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Corrida do Ártico




Cinco países apresentam reivindicações sobre a nova fronteira energética. Em jogo, está o acesso a recursos preciosos. Cerca de um quarto do petróleo e do gás ainda por descobrir no planeta poderá estar sob o leito marinho desta imensidão selvagem. Texto de Mckenzie Funk.

O gabinete de Artur Chilingarov, o barbudo explorador polar e herói da Federação Russa, fica ao fundo de um comprido salão na Duma, o parlamento da Rússia, onde desempenha as funções de vice-presidente. À porta, vê-se um cartaz do navio quebra-gelos nuclear Yamal, um monstro de 150 metros com “dentes” pintados na proa; lá dentro, encontramos a réplica de um pinguim e de duas crias, mais um par de presas de morsa esculpidas em madeira e oito miniaturas de urso-branco polar de porcelana. É uma verdadeira iconografia do Árctico e Antárctico. Pendurado numa parede, avista-se um retrato de Vladimir Putin. Artur Chilingarov está sentado numa poltrona de couro, com a estrela dourada correspondente à condecoração por heroísmo presa ao peito. Perto dele, vê-se um globo de um metro de altura, normal em todos os aspectos menos um: foi desviado do seu eixo e reorientado de maneira a tornar os dois pólos visíveis: a Terra encontra-se tombada de lado.

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