sábado, 8 de agosto de 2009

A conquista do espaço



Ainda parece incrível. O homem caminhou sobre a Lua! Ao lado desta proeza, as outras notícias parecem banais. Desde o dia 21 de Julho de 1969 (20 nos Estados Unidos), os grandes acontecimentos globais têm girado em torno de guerras, escândalos, terrorismo ou catástrofes. Algumas honrosas excepções, como a invenção da Internet ou a descodificação do genoma humano, permitem-nos pensar que, pelo menos, não estagnámos completamente nos últimos 40 anos da nossa história.
Na verdade, nada superou ainda o programa Apollo. As viagens à Lua foram façanhas com tantas repercussões que, mesmo hoje, ainda há quem negue que elas aconteceram. O projecto Apollo exigiu uma excepcional combinação entre criatividade tecnológica, coragem de leão, génio administrativo, vontade política (ou seja, uma montanha de dinheiro dos contribuintes norte-americanos) e sentido de oportunidade. Como conhecemos o desenlace da história, custa-nos recordar como foi ousado o projecto lunar e a grande incerteza e perigo que comportava. Ao contrário dos programas Mercúrio e Gemini, que o precederam, o Apollo utilizou um enorme foguetão novo, o Saturno 5, que media 110 metros de altura e carregava a bordo mais de 2.700 toneladas de oxigénio líquido altamente explosivo e inflamável e outros propelentes. Qualquer pessoa sensata se manteria a muitos quilómetros de distância da torre de lançamento, mas os três astronautas sentaram-se sobre ela. Depois, ligar-se-ia a ignição e os astronautas (é impossível evitar aqui o uso de itálico) sairiam disparados do planeta, rumo ao espaço exterior. Seriam impulsionados até um outro mundo, num lugar sem atmosfera e tão afastado da Terra que o nosso planeta acabaria por converter-se num berlinde azul – tão pequeno que era possível tapá-lo com o dedo polegar estendido. Depois, de alguma forma, teriam de conseguir descer sobre a superfície lunar: não é possível utilizar pára-quedas num mundo sem atmosfera.

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